Cadê o Texto?

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Semana passada sofri muito para escolher um assunto para escrever. Minha mente está parecendo a sacola de novelos de lã da nossa vó: um emaranhado de fios. Não sei se é por conta do cansaço, da ansiedade em querer falar sobre vários assuntos ou se é Júpiter em Gêmeos que está expandindo tanto minha comunicação que está dando ruim.

Essa confusão e falta de ação é um gatilho para mim, pois dá espaço para as vozes maldosas na minha cabeça e fico o tempo todo lutando com o sentimento de ser uma fraude…a famosa síndrome da impostora.

Para minha sorte, essa semana tive o encontro com minhas amigas de profissão do curso da Jornada de Escritoras (Escola de Escritoras – @escoladeescritoras). O grupo é uma mistura de terapia, inspiração, risadas, choros e muito papo cabeça sobre escrita. Meninas, vocês são sensacionais! Aprendo tanto com vocês! Débora, obrigada por ter colocado no mundo essa ideia maravilhosa que teve.

Assim que a aula terminou, estava reabastecida de coragem e pronta para escrever. Separei numa lista todas as ideias que estavam martelando na minha cabeça. E apesar de muito animada, não foi fácil, até o momento que parei de pensar e deixei o coração tomar conta da minha mão e uma atrás da outra, as ideias foram se alinhando e a lista ficou pronta. Cheia de riscos e rabiscos, é verdade. Mas o processo me ajudou a organizar todas as vozes na minha cabeça.

Enquanto atravessava esse massacre mental com as novas ideias, corri para a minha zona de conforto. Aproveitei para focar todos meus esforços no livro que estou escrevendo e que já está quase na reta final da primeira versão, graças a ajuda do meu mentor Felipe Colbert – @felipecolbert/@insigniaeditorial (que diga-se de passagem tem uma paciência imensa comigo). Nem esses escritos ficaram lá essas coisas essa semana.

Mas, não poderia deixar passar a oportunidade de escrever o que aprendi com tudo isso.

E para quem acha que a escrita é um caminho solitário, posso garantir que não é. Se não fosse o grupo das meninas essa semana (ressalva aqui para o fato de que é um grupo acolhedor, livre de julgamentos e com foco no compartilhar) eu muito provavelmente estaria empacada e talvez tivesse afetado até mesmo a evolução dos meus outros trabalhos. É óbvio que a reclusão e o silêncio são uma parte grande do processo de escrita, mas não é a única.

A outra coisa foi entender que todas passamos por esses momentos de dúvidas, de confusão. De  questionar se estamos no caminho certo e de qual é esse caminho. De querer desistir mesmo sabendo que não vamos desistir. De questionar nosso talento, nossa disponibilidade, do que estamos preparadas para abrir mão. A entender que alguns escritos ficarão bons, outros maravilhosos e outros horrorosos. A tentar um estilo diferente, um assunto diferente.

Falamos tanto essa semana sobre marca pessoal, sobre exposição, sobre a exaustão  que é ter que lidar com as redes sociais, quando tudo o que queremos é escrever. Achei mais que pertinente me expor e falar que semana passada não consegui escrever meu texto, não consegui gravar meu Podcast. Me questionei, me enclausurei nos meus pensamentos, separei o que servia e o que não servia e segui em frente. Afinal, essa é a vida como ela é. E dentro desse rolê todo, encontrei meu texto, que nasceu quando mais uma vez, deixei o coração falar.

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