Avalanche de Conteúdo

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Esses dias li um texto que bateu forte no meu coração…amenizou minha ansiedade, minhas neuras, meu medo de estar ficando para trás. Não era um texto de autoajuda.

O texto em questão foi escrito por Aline Vaccari (@aastrologa). Nele, ela aborda a famigerada cobrança por produções enlouquecedoras de conteúdo. Sugiro que o leiam, ele está disponível no insta dela.

Esse texto me fez pensar sobre vários processo que tenho passado com a escrita. Na minha ingenuidade, achava que o difícil da “parada” toda era escrever Mas, não. Tem que fazer Instagram, TikTok, Substack. Ah! E tem que postar…todo dia! Se não, te esquecem.

Eu tenho me aventurado em outras formas de expor meus textos pois que dar voz a eles. Tenho testado Podcasts e vídeos no Youtube. Ou seja, quando faço uma reflexão, como essa por exemplo, faço através dos meus três canais de comunicação: blog, Spotify e YouTube. E uso o Instagram para divulgar as novidades, os novos textos, dicas de livros, dentre outras coisas.

E ao ler a Aline me peguei pensando: o que realmente importa? Textos e ideias que agreguem, que façam diferença no dia de alguém ou um monte de palavras jogadas de qualquer jeito só para constar ali nas famigeradas redes sociais? Ser relevante virou sinônimo de se fazer presente…o tempo t-o-d-o, de qualquer maneira.

Não sei vocês, mas me sinto sufocada por perfis ou canais que postam um zilhão de coisas todos os dias, várias vezes por dia. Como é que as pessoas têm tanta coisa de relevante para falar?

Para mim, perde o impacto, ansiedade de esperar o que vem pela frente, o apelo da novidade. Talvez seja só eu que me sinta assim. Talvez esteja ficando velha. Sei lá. Mas, mesmo perfis que eu amo e que trazem assuntos que para mim são totalmente relevantes, não dou conta de acompanhar a avalanche de conteúdos diária. Me perco naquele monte de stories, reels, etc. Chega uma hora que não sei se já vi, se não vi. Se é novo, se é repetição.

Entendo que existam algumas profissões ou serviços que faz sentido fazer posts diários. Tenho uma amiga pediatra que presta um serviço belíssimo gratuito de esclarecer dúvidas das pessoas com suas caixinha de perguntas. (@pediatriapersonalizada).

Tudo virou sinônimo de urgência. Frases curtas. Vídeos curtos. Não vai postar nada? Não vai dar opinião sobre o assunto do momento? Vai perder a hype. Vai deixar de ganhar seguidores (aqueles mesmos que vão te abandonar dali dois ou três dias).

Pode ser que esteja me sentido assim porque estou vivendo uma relação de amor e ódio com a tecnologia nos últimos tempos. Ela tem inúmeras vantagens e benefícios, mas é chato pacas essa exigência de estar o tempo todo ON. Quando alguns desse aplicativos sai do ar e a maioria das pessoas se desespera, sinto uma leve alegria e alívio lá no fundo do meu coração. Pelo menos por alguns momentos, posso me dar ao luxo de viver de fato, desconectada. Nem que seja por forças maiores.

É inegável que a tecnologia encurte distâncias, traga novas possibilidades. Vide o que vivemos na pandemia. Fazer chamadas de vídeos com aqueles que não podíamos ver pessoalmente, fazer cursos de qualquer instituição do mundo, trabalhar. Mas até isso para mim está além da conta. Já repararam a quantidade de cursos que pulam na nossa cara nessas redes sociais com fórmulas mirabolantes “esqueça tudo o que aprendeu até hoje sobre “x assunto” vou te ensinar uma técnica infalível para se tornar expert em 10 dias.” Para ser expert em algo, posso garantir que leva muito mais que 10 dias. E o pior, é que são tantos assim, que às vezes, um curso bom passa despercebido de tanta conteúdo ruim que nos atinge.

E então, nos deparamos com algo que é uma busca eterna minha com as tecnologias: equilíbrio. Acho que não só com as tecnologias, mas com tudo na vida. Todo o excesso ou falta é ruim. Obviamente, é uma balança. Às vezes pendemos mais para um lado, outras para o outro. Daí é corrigir o curso e voltar para o equilíbrio.

Pensando na questão dos conteúdos, posso estar errada e lá na frente perceber isso e ter que rever minha posição. Mas, nesse momento, seguirei acreditando e escrevendo, no que hoje é considerado “passos de tartaruga”. Mas, a tartaruga na sua vagarosidade e persistência vive 100 anos. A lebre, na sua rapidez e pulos constantes, vive 7 anos. E ai surge a questão da ansiedade, que é assunto para um outro texto.

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