De mansinho…

Ele foi chegando e me rodeando de mansinho. Sorrateiro, me passou uma rasteira e me jogou no chão, sem que eu tivesse tempo de reagir. A queda foi dolorida, mas permanecer no chão estava sendo ainda pior. Escuro, frio e duro. Foi quando ela apareceu e me estendeu a mão, me levantando, me colocando de pé e me fazendo olhar para ele com indiferença. Notei que nem ele e nem ela estavam sozinhos.

Ele, o medo, estava acompanhado da ansiedade, da angústia, das incertezas exageradas, das dúvidas. Ela, a esperança, estava acompanhada da coragem, da alegria, do pensamento positivo.

Essas últimas semanas têm sido desafiadoras. Uma tonelada de notícias catastróficas na mídia. Amigos e familiares adoecendo, sentimento de impotência e tristeza por tudo o que estamos vivendo. Sem que eu menos esperasse, passei a viver com medo. Não aquele medo que nos faz ficar alerta, mas um medo ruim, que não enxerga saída para as situações. Aquilo estava me fazendo muito mal. Resolvi começar a pensar e a focar nas boas notícias, comemorar as pequenas vitórias e a esperança voltou.

O momento que estamos passando, principalmente aqui no Brasil, é delicado, mas decidi não sucumbir. Nunca mais vou sentir medo? Difícil. Mas ficarei vigilante e me cuidarei para que quando ele tente me dar uma rasteira novamente, eu seja rápida para pular e não me deixar derrubar.

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