Com um filho adolescente, já no 9º ano e uma filha pré-adolescente, começamos a pensar em como ajudá-los na escolha da graduação. Diferente da minha época, hoje temos mais clareza de que a graduação não necessariamente está atrelada a sua profissão e de que ela não é uma sentença eterna. Na minha época, pensávamos ser uma escolha do que faríamos o resto da vida.
Essa imposição em ter que fazer uma escolha que duraria para sempre, numa idade em que temos tantas dúvidas é angustiante. Não que hoje não seja. O vestibular segue sendo angustiante e estressante. Fico só esperando o dia em que será possível uma forma diferente e mais justa de entrada na faculdade. Mas, voltando ao assunto, como e qual a melhor foram de ajudá-los a se preparar e a escolher o que vão fazer? A resposta sincera é não faço ideia. Fórmulas prontas na internet são muitas. Mas, aqui o que decidimos fazer é dar a melhor educação e base para que eles possam fazer as escolhas que quiserem.
Nosso papel como pais, tem sido o de mostrar as coisas boas e não tão boas das possibilidades que vão surgindo. Não dizemos que precisam ser engenheiro, médicos ou advogados. Mas que dentro do que escolherem, busquem ser o melhor possível. E que sim, algumas profissões remuneram melhor que outras. Algumas, fora do Brasil, são muito mais bem remuneradas e valorizadas do que aqui.
Em casa temos o exemplo do meu marido, formado em engenharia numa das maiores faculdades do Brasil. Nunca exerceu a profissão. Tem uma carreira totalmente diferente do que estudou, mas foi a graduação que o deu base para desenvolver e aprimorar habilidades que fazem diferença na sua evolução profissional. Obviamente, algumas escolhas, são mais específicas, como é o caso de Medicina.
Temos também o meu exemplo. Escolhi minha graduação por ter muitas dúvidas do que queria fazer. Fiz administração numa excelente faculdade. Apesar disso, não sentia que era o caminho. Comecei então a trabalhar e tentar ver se na prática as coisas mudavam. Daí, comecei a ganhar dinheiro, as coisas foram indo, fiz uma Pós na mesma área e assim foi. Em nenhum momento na minha trajetória profissional me senti pertencente e confortável com aquela escolha. Tempos mais tarde, por vários motivos e com apoio do meu marido decidi buscar alternativas profissionais.
A migração de carreira no auge dos 40/45 anos de idade tem se tornado cada vez mais comum, mas não necessariamente mais fácil. É preciso empenho, coragem, apoio emocional, e financeiro. Desconstruir barreiras e crenças leva tempo. Passei e ainda passo momentos em que acho que seria mais fácil esquecer tudo e voltar aonde estava. Fácil sim, feliz não.
Começar uma nova carreira requer ter paciência até que possamos ver frutos financeiros desse novo caminhar. Por isso é importante que seja planejado.
Penso, que não temos uma resposta pronta para os nossos filhos e nem devemos, porque de certa forma poderíamos estar projetando neles sonhos e vontades nossos e não deles. A certeza que temos é que vamos errar em algum momento e em algum ponto, mas quanto mais a gente conversar, quanto mais a gente pesquisar, quanto mais eles tiverem condições emocionais de se conhecerem, talvez seja uma caminho mais suave. Talvez.