E a fantasia chega ao fim….

Há uma semana estou processando o fato das crianças (Pedro, 9 anos e Sofia, 5) não acreditarem mais em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e fada do dente…e confesso, estou arrasada.

Num jantar em família despretensiosamente perguntamos para eles como tinha sido o dia deles na escola. A Sofia nos encara bem e pergunta:

– Papai Noel existe? A minha amiga da escola disse que não, que é você e a mamãe que compram o presente.

– O que você acha, filha? Devolvemos a pergunta como sempre fazíamos. Principalmente com o mais velho que perguntou algumas vezes sobre a existência do bom velhinho.

– Não sei o que acho, sei que quero a verdade.

A essa altura, já tinha dado dois goles no meu vinho e olhado para o Pedro, que estava com os olhinhos arregalados e tenso acompanhando o desenrolar da história.

– Ok filha, você tem razão, Papai Noel não existe. A mamãe e o papai que compram o presente para vocês. Isso é uma fantasia muito bacana criada e contada para todas as crianças.

Nesse momento, sinto um peso no coração…ela tem só 5 anos…tanto ainda para curtir e acreditar.

De repente o Pedro se pronuncia: – Bem que eu achava que a letra do Papai Noel mudava de um ano para o outro nos presentes.

Ela ainda pensando, segue com as perguntas:

– E o coelhinho da Páscoa?

– Também não filha. Mas, os primos de vocês acreditam em tudo isso, por favor vamos manter a história para eles, ok?

Os dois saem da mesa e vão brincar. Nós ficamos sem reação, com uma sensação esquisita de “que saco…acabou”

Minutos depois, vem o Pedro e emenda:- E a fada do dente?

E em pouco tempo todas as fantasias foram descobertas…. e tudo começou com uma simples pergunta de como havia sido o dia deles na escola.

A semana seguinte a esse episódio foi esquisita, na minha cabeça (e coração) parte do encanto do Natal e deles serem crianças acabou. O mundo real chegou muito cedo na vidinha deles…, mas um dia isso teria que acontecer.

Fui então pesquisar como surgiu a lenda do Papai Noel, e a história que encontrei com mais frequência é a de que São Nicolau era um arcebispo de Mira, na Turquia que costumava ajudar, anonimamente, pessoas com dificuldades financeiras. Ele deixava o saco com moedas de ouro na chaminé da casa das pessoas. Foi declarado santo depois de muitos milagres terem sido atribuídos a ele.

O visual vermelho e branco ganhou força em 1931 quando a Coca Cola usou a imagem do Papai Noel criada por Nast (cartunista que desenhou a imagem do Papai Noel em 1863) em uma campanha de divulgação.

Voltei a pensar que esse é o verdadeiro espírito do Natal, o de doar aos outros um pouco de amor, dinheiro, comida, de reunir a família e os amigos, não importa se a comida da ceia é feita, comprada, feita um pedacinho por cada um, o importante é o ESTAR JUNTO, o DIVIDIR com o próximo, a multiplicação do AMOR e isso, não é fantasia e sim uma lição que tenho certeza que as crianças carregarão por toda a vida deles.

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