Refúgio

Vivemos num mundo acelerado, corremos muito, respiramos pouco e, tudo é para ontem. Nas nossas férias de janeiro tivemos a oportunidade de conhecer a Península do Marau, perto de Ilhéus. (se tiver oportunidade vá! É demais!). Lá, conseguimos nos desligar da correria. Desaceleramos o relógio, desligamos a mente e, pasmem, desligamos do celular (não tinha muito jeito, já que nenhuma operadora funcionava por lá). Confesso que nos dois primeiros dias essa desconexão foi mais difícil, mas logo nos acostumamos.

A calma, o silêncio, os barulhos da natureza, a simplicidade e tranquilidade do lugar nos dominaram. Nos hospedamos numa pousada super aconchegante, com funcionários que esbanjavam sorrisos e cordialidade. Tivemos o privilégio de presenciar o nascer da lua cheia durante todas as noites que estivemos lá. Que espetáculo! Aquela bola imensa brilhando, refletindo sua luz sobre nós e, de fundo como música, o barulho das ondas do mar. A liberdade de poder deixar as crianças correrem livres e soltas pela praia deserta, os mergulhos cheios de peixes e o contato constante com a natureza refletem um pouco dessa aventura.

Em muitos desses momentos, fechei meus olhos e fui guardando todas aquelas sensações, emoções, cheiros, sons…. o riso solto, a felicidade plena. Guardei tudo no meu coração.

De volta a São Paulo, o contraste. Prédios suntuosos, imponentes, frios, milhares de ruídos barulhentos, pessoas andando de cara amarrada pelas ruas. Só pensava: “ai, que vontade de voltar para Marau!”.

Foi quanto me dei conta que não precisava, que eu tinha aquele lugar dentro de mim. Fechei os olhos, me concentrei e procurei lá no meu coração a “caixinha” onde tudo estava guardado. Abri-a e por instantes acessei todas aquelas memórias deliciosas…. Percebi então que, podemos (e devemos!) acessar essas emoções sempre que quisermos e, através delas, buscar a calma e a tranquilidade para enfrentarmos nosso dia a dia. Descobri também, que essas memórias não precisam ser criadas só em viagens, mas em qualquer situação que nos traga emoções positivas, seja em uma brincadeira com os filhos, um café com uma amiga ou assistindo um filme com o marido. Basta estarmos atentos a estes momentos, fechar os olhos, captar e guardar tudo de bom que aquilo está nos trazendo, criando assim nossos refúgios.

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