Tony era uma criança muito, muito curiosa. Sua curiosidade quase sempre o colocava em encrenca. Esquecia a hora, não prestava atenção por onde estava andando, perdia-se com facilidade. Vivia sendo chamado de avoado e esquecido. Tony também era conhecido por ser carinhoso, de um coração enorme, super educado e bem criativo (às vezes até demais!). Ele adorava desenhar. Seus desenhos, apesar de na maioria abstratos, eram de um colorido lindo que todos adoravam.
Um dia, enquanto brincava no sítio de seus avós, foi se embrenhando na floresta que ficava ali perto. Estava juntando numa sacolinha, insumos para seus desenhos e “obras de arte”. Tinha variados tipos de folhas secas, flores, galhos pequenos, galhos grandes, e seguia alegre pegando tudo o que via pelo chão. Quando se deu por feliz e decidiu voltar, tropeçou num galho enorme e caiu. Ele podia jurar que aquele galho não estava ali antes. Tony achou que estava ficando com sono ou que alguém estava brincando com ele, porque o galho começou a brilhar, brilhar e de repente PUM! Se transformou num lindo lápis voador de madeira. Tony esfregou seus olhos pois não acreditava no que estava vendo. O lápis veio voando em sua direção e quando ele o segurou, sentiu um forte arrepio e uma felicidade imensa. Ele não conseguia parar de sorrir. Escondeu o lápis no fundo de sua sacolinha e voltou para casa de seus avós correndo.
Tony decidiu não contar para ninguém o que havia acontecido, afinal não iriam acreditar mesmo. Adultos não acreditam em magia, pensou. Assim que terminou de jantar e tomar banho, correu para o seu quarto para ver o lápis. Enfiou a mão na sacolinha, remexeu e remexeu e pronto, lá estava ele. O mesmo sentimento de alegria e felicidade tomou conta dele ao segurar o lápis, que brilhava em suas nas mãos. Pegou um papel, olhou para o lápis e pensou, “o que será que você faz?”. Imediatamente sua mão começou a tremer e involuntariamente escrever várias palavras no papel. Tony olhou e leu o que havia acabado de escrever em voz alta: “O que desenhar irá se realizar! Só pessoas de coração puro conseguem minha magia utilizar”.
Tony definitivamente não conseguia acreditar que tinha encontrado um lápis mágico. Ficou muito animado para sair desenhando várias coisas legais. Quem sabe uma árvore de chocolates, ou uma piscina de sorvete, ou chuva de jujubas. Não conseguia se decidir de tantas ideias que apareciam. Sem prestar muita atenção, começou a fazer uns rabiscos na folha e descobriu também, que cada desenho saía com a cor que ele imaginava, mesmo o lápis tendo a ponta cinza. “Uauuuuu”, ele pensou. E acabou adormecendo em cima da folha de papel.
No dia seguinte, acordou assustado achando que tudo tinha sido um sonho, mas de repente, lá estava ele, o lápis mágico brilhando na sua frente, junto com um lindo desenho de um dia ensolarado na casa de seus avós. Nele, estava toda sua família brincando no jardim, seus avós, seus pais e sua irmãzinha. Ah, pensou Tony, esse lápis não é mágico não! Apesar do meu desenho estar muito bonito e realista… meus pais e minha irmã só chegarão semana que vem aqui. Um toc toc em sua porta o “acordou” de seus pensamentos. Sua avó estava chamando para o café da manhã. Lá foi ele, meio desanimado, já que seu lápis não era assim tão mágico. Pensou que talvez os adultos estejam certos e magia não exista.
Sentou-se para tomar o café e de repente ouviu um grito: – Surpresa! Levou um susto tão grande que até caiu da cadeira. Seus pais e sua irmãzinha estava ali! Tinham acabado de chegar de viagem. Ele correu para abraça-los. Tomaram um delicioso café da manhã juntos e foram brincar no jardim, do jeitinho que ele havia desenhado. Antes de sair para o jardim, Tony correu para o quarto, segurou seu lápis mágico, deu um beijo agradecido nele e pensou “próximo desenho vai ser a árvore de chocolate!!”